sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Meu caso de Amor com a Solidão...


Muitas vezes acaba se tornando algo ruim, desconfortável e chato explicar a todos o meu caso de amor com a solidão.

Temos um relacionamento estável, digamos que “freqüente”, sem cobranças muito menos desapego. Costumamos estar juntas com periodicidade, mas como em qualquer relacionamento as vezes ocorre uns altos e baixos.

Gosto da minha própria companhia, isso me faz bem.
Não me sinto mal por viajar, ir ao cinema, ao cafezinho, caminhar, ou até mesmo passar o fim de semana inteiro sozinha. Escrever imensos textos sem lógica, criar desenhos, custurar retalhos, pintar quadros ... Viver e compartilhar coisas comigo mesmo, me faz feliz.
Em toda data comemorativa acerto todos os meus presentes, raramente é preciso fazer trocas. Vice e versa.


Após ingressar neste relacionamento com a solidão eu aprendi a me amar e a me cuidar mais.
O único problema é conseguir dividir a atenção quando chegam mais pessoas. Fico em uma mesa de sinuca entre solidão X companhia. Temo que uma sinta ciúmes da outra e isso acabe gerando alguma intriga.
Preciso encontrar motivos para permanecer ao lado dela ou decretar definitivamente um fim a este futuro casamento.

Estar ao seu lado é extremamente agradável, porém, tenho entendimento que isso tudo acaba me custando muito caro, sinto-me sufocada e percebo que a minha paz vai acabando.
Começo a sentir saudade de ter fé, das doces e longas orações diárias, do abraço aconchegante e confortável do meu querido Rei.
Tento entender o motivo de tamanha aflição que entra no meu peito e causa tamanho desespero.
É a mesma coisa que correr quilômetros e não chegar a local algum, e ao parar no final da curva ou em meio a uma servidão, esbaforido e sem forças de continuar, eis que tudo esta posto a prestes a me enfrentar novamente. Sirva-se, sacie-se! Mergulhe nas profundas duvidas e nuvens escuras tortuosas.


Existem dias em que acordo querendo me esconder de tudo que vejo e de todos que conheço, anseio o anonimato, o esconderijo, o novo. Exijo algo diferente, jamais vivido, sonho em apagar todas as coisas que sei ....quero morrer para o velho e nascer para o novo.
O que eu fiz com o tempo passado? Com o tempo perdido? O que faço com o tempo presente?


Acordo querendo ser a melhor atriz, poetiza, organizadora de livros, decoradora de filmes, ilustradora fotografa fantástica, a musicista multi-instrumentista.
A descolada, desprogramada, despreocupada, desocupada....
Cede misturada com fome de referências, referências, referências, quero e preciso de referências. Ao mesmo tempo tudo que já se tem construído parece se esvair, fugir, acabar, sumir... Aonde esta tudo? Para onde tudo foi?
Seria uma grande afronta pedir para mudar de mundo? De Rumo?
Ou quem sabe de relacionamento?
Eis que ao fundo ouço uma voz fraca, cansada que insiste em clamar socorro.
Definitivamente estou quase convencida de que preciso abrir mão da solidão.
Dar rumo a minha vida e permitir que ela seja feliz sozinha.
Dar um basta a tudo e deixar bem claro que desejo nunca mais encontra-lá novamente.

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